Centrão com mais poder ao lado de Bolsonaro

Governo Federal nomeia indicado do Centrão para comandar fundo de Educação. Bolsonaro quer construir uma base política que evite ações contra ele.




Política
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Governo Bolsonaro nomeia chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PP- PI), um dos principais nomes do Progressistas no Congresso, sigla que faz parte do Centrão, para a presidência do Fundo Nacional da Educação – FNDE Fundo da Educação que tem orçamento de cerca de R$ 55 bilhões.

O movimento faz parte da estratégia do presidente Jair Bolsonaro para ganhar apoio no Congresso. A nomeação foi publicada na edição desta segunda-feira do Diário Oficial da União (DOU). Ponte vai substituir Karine Silva dos Santos, que ocupava o cargo desde dezembro e é alinhada ao ministro da Educação, Abraham Weintraub.

A gestão do presidente Jair Bolsonaro se aproximou do Centrão nos últimos meses, oferecendo cargos no governo em troca de apoio no Congresso. O Centrão reúne partidos de centro-direita e é conhecido por estar aberto a negociações por cargos em troca de dar sustentação a governos no parlamento.

Bolsonaro quer construir uma base política que evite, por exemplo, a abertura de um processo de impeachment contra ele.

Vinculado ao Ministério da Educação, o FNDE é um dos espaços mais cobiçados por políticos. O órgão é responsável por atribuições que vão desde a contratação de livros escolares, transporte de alunos até o programa federal de financiamento estudantil, o Fies. Foi por meio do órgão que a pasta contratou uma empresa para fornecer kits escolares a estudantes que, segundo o Ministério Público, está envolvida em um esquema, revelado em março pelo Estadão, que desviou R$ 134,2 milhões de dinheiro público da saúde e da educação na Paraíba.

O governo já havia nomeado na Diretoria de Ações Educacionais do fundo um indicado do PL, sigla do ex-deputado Valdemar da Costa Neto, condenado no mensalão. Garigham Amarante Pinto, assessor do partido na Câmara, assumiu o cargo no dia 18 de abril.

Inicialmente, Weintraub chegou a reclamar com o presidente por retomar a prática do “toma lá, dá cá”, pela qual o governo distribui cargos em troca de votos no Congresso. Mas teve que “engolir seco”. O presidente se irritou com o subordinado, inclusive o acusando de ter vazado informações sobre a negociação.

No ano passado, o órgão foi alvo de uma disputa entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro. Um indicado pelo deputado, Rodrigo Sérgio Dias, foi exonerado da presidência do fundo em dezembro.