MP aponta Flávio Bolsonaro como chefe de organização criminosa

O MP identificou pelo menos 13 assessores que repassaram parte dos salários ao ex-assessor dele, Fabrício Queiroz. O senador nega prática de ‘rachadinhas’.




Política
MP aponta Flávio Bolsonaro como chefe de organização criminosa

Foto: reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), é acusado de suposto esquema de corrupção, o caso é detalhado por documento do Ministério Público estadual do Rio. Os promotores declaram que Flávio Bolsonoro é chefe de uma organização criminosa. Assim, foram identificados 13 assessores que fizeram repasse dos seus salários ao ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz.

O Ministério Público fala “as provas permitem vislumbrar que existiu uma organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade, entre 2007 e 2018, destinada à prática de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro”.

Flávio Bolsonaro publicou um vídeo em suas redes sociais na tarde desta quinta-feira (19), onde o senador nega ‘rachadinhas’ e lavagem de dinheiro. Este fez críticas sobre o vazamento das informações do processo, que corre em segredo de Justiça, negou todas as acusações e se disse vítima de perseguição. Confira a postagem abaixo:

Os promotores relataram que Fabrício Queiroz arrecadou maior parte da remuneração dos funcionários fantasmas, na época, deputado estadual, Flávio Bolsonaro.

Ao todo, Queiroz recebeu 483 depósitos na conta bancária, mais de R$ 2 milhões.

É destacado pelos promotores que Fabrício Queiroz não agiu sem o conhecimento de seus superiores hierárquicos, sendo que ele alegou em sua defesa que guardava os contracheques para poder prestar contas a terceiros.

O Ministério Público apresentou uma troca de mensagens com uma das funcionárias do gabinete em que ele diz: “Você pode me informar o valor que foi depositado este mês para eu prestar contas”.

Destacando a conversa com Danielle Mendonça, ex-mulher de Adriano Nóbrega. O ex-capitão do Bope foi denunciado como líder de um grupo de milicianos e assassinos de aluguel conhecido como Escritório do Crime. Assim, o MP ainda afirma que a nomeação de Danielle no gabinete de Flávio foi feita a pedido de Adriano.

A investigação mostra que, no final de 2017, Fabrício Queiroz demonstrou preocupação com a situação de Danielle por causa das eleições de 2018, além do receio de que o aumento da exposição de Flávio Bolsonaro levasse a imprensa a descobrir a nomeação da esposa do miliciano em seu gabinete.

Os promotores mostram os esquemas de funcionários fantasmas que tinha uma base a quase 200 quilômetros da Assembleia Legislativa do Rio. Assim, dez assessores da mesma família eram de Resende, no Sul do Rio, a família Siqueira, todos parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. Juntos eles receberam mais de R$ 4,8 milhões em salários da Alerj – 83% foram sacados em dinheiro vivo.

A investigação traz indicações de que Flávio Bolsonaro era o líder da organização criminosa e que essa organização tinha pelo menos quatro núcleos. Tendo uma clara divisão de tarefas: quem nomeava, os operadores financeiros, as pessoas que aceitavam os cargos em troca de devolver parte dos salários, e o núcleo que lavava dinheiro.

Os promotores afirmaram que, no fim de 2018, numa conversa com um dos fantasmas, Queiroz já se mostrava apreensivo com a investigação. Mas o Ministério Público suspeita que Queiroz acreditava que poderia manter o esquema.

Com informações do G1.