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O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), é acusado de suposto esquema de corrupção, o caso é detalhado por documento do Ministério Público estadual do Rio. Os promotores declaram que Flávio Bolsonoro é chefe de uma organização criminosa. Assim, foram identificados 13 assessores que fizeram repasse dos seus salários ao ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz.
O Ministério Público fala “as provas permitem vislumbrar que existiu uma organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade, entre 2007 e 2018, destinada à prática de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro”.
Flávio Bolsonaro publicou um vídeo em suas redes sociais na tarde desta quinta-feira (19), onde o senador nega ‘rachadinhas’ e lavagem de dinheiro. Este fez críticas sobre o vazamento das informações do processo, que corre em segredo de Justiça, negou todas as acusações e se disse vítima de perseguição. Confira a postagem abaixo:
A verdade ponto a ponto! Assista até o final…https://t.co/zuQfObHeW5
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) December 19, 2019
Os promotores relataram que Fabrício Queiroz arrecadou maior parte da remuneração dos funcionários fantasmas, na época, deputado estadual, Flávio Bolsonaro.
Ao todo, Queiroz recebeu 483 depósitos na conta bancária, mais de R$ 2 milhões.
É destacado pelos promotores que Fabrício Queiroz não agiu sem o conhecimento de seus superiores hierárquicos, sendo que ele alegou em sua defesa que guardava os contracheques para poder prestar contas a terceiros.
O Ministério Público apresentou uma troca de mensagens com uma das funcionárias do gabinete em que ele diz: “Você pode me informar o valor que foi depositado este mês para eu prestar contas”.
Destacando a conversa com Danielle Mendonça, ex-mulher de Adriano Nóbrega. O ex-capitão do Bope foi denunciado como líder de um grupo de milicianos e assassinos de aluguel conhecido como Escritório do Crime. Assim, o MP ainda afirma que a nomeação de Danielle no gabinete de Flávio foi feita a pedido de Adriano.
A investigação mostra que, no final de 2017, Fabrício Queiroz demonstrou preocupação com a situação de Danielle por causa das eleições de 2018, além do receio de que o aumento da exposição de Flávio Bolsonaro levasse a imprensa a descobrir a nomeação da esposa do miliciano em seu gabinete.
Os promotores mostram os esquemas de funcionários fantasmas que tinha uma base a quase 200 quilômetros da Assembleia Legislativa do Rio. Assim, dez assessores da mesma família eram de Resende, no Sul do Rio, a família Siqueira, todos parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. Juntos eles receberam mais de R$ 4,8 milhões em salários da Alerj – 83% foram sacados em dinheiro vivo.
A investigação traz indicações de que Flávio Bolsonaro era o líder da organização criminosa e que essa organização tinha pelo menos quatro núcleos. Tendo uma clara divisão de tarefas: quem nomeava, os operadores financeiros, as pessoas que aceitavam os cargos em troca de devolver parte dos salários, e o núcleo que lavava dinheiro.
Os promotores afirmaram que, no fim de 2018, numa conversa com um dos fantasmas, Queiroz já se mostrava apreensivo com a investigação. Mas o Ministério Público suspeita que Queiroz acreditava que poderia manter o esquema.
Com informações do G1.