Naty Herculano (PSDB) fala sobre desfavorecimento na distribuição de verbas de campanha

A política concedeu entrevista ao Foobá e contestou os critérios de distribuição do fundo partidário.




Eleições 2022, Política

Concorrendo pela primeira vez a uma vaga na Assembleia Legislativa do Ceará, a candidata Naty Herculano (PSDB) veio à público nesta semana, em vídeo publicado em suas redes sociais, e apontou que estaria sendo desfavorecida na distribuição dos recursos de campanha. De acordo com a política, os quantitativos que lhe foram repassados são muito inferiores ao que estariam sendo destinados às candidaturas masculinas.

A tucana também afirmou que por diversas vezes tentou dialogar com o senador Tasso Jereissati (PSDB), atual presidente estadual do partido, e com a tesoureira local da sigla, Kamyla Castro. Naty Herculano – que é ex-esposa do prefeito de Fortaleza, Sarto Nogueira (PDT) – levantou suspeitas, também, de perseguição política por parte do ex-companheiro. Ela aponta, ainda, que esse contexto poderia se dar devido os seus posicionamentos em face à campanha para o governo do estado, já que judicialmente o PSDB está neutro, mas, conta com uma grande aproximação com o pedetista Roberto Cláudio.

Naty Herculano conversou com exclusividade com o Foobá. Veja a íntegra da entrevista.

Em valores percentuais, qual seria a diferença entre os quantitativos que a senhora recebeu e os valores repassados à outras candidaturas?

Uma candidata recebeu de fundo a quantia de R$ 250 mil, uma outra recebeu R$ 90 mil e eu R$ 50 mil. Mas todas as mulheres mereciam muito, muito mais, levando em consideração os valores que os homens têm recebido, que são maiores do que os das mulheres. Fazendo uma comparação com um dos candidatos do sexo masculino, eu recebi quase 78% a menos que ele e outras mulheres também. Estou até agora esperando o retorno sobre quais foram os critérios adotados para tal divisão tão discrepante.

No seu vídeo são citados a tesoureira estadual do PSDB e o presidente da sigla no Ceará. Eles procuraram a senhora após as suas publicações?

Na tarde de hoje (quinta-feira,15), a Kamyla ligou e falou com uma pessoa da assessoria com a intenção de marcar uma agenda, mas não disse detalhes.

A senhora considera que está sendo politicamente perseguida pelo seu partido?

A partir do momento em que eu tento um diálogo e sou ignorada, não resta nada mais a se pensar. É perseguição por motivos que eu até agora desconheço.

O seu ex-marido, e prefeito de Fortaleza, Sarto Nogueira, também é mencionado. A senhora considera que ele poderia ter agido com intuito de lhe prejudicar? Já que antes da neutralidade do PSDB o partido ensaiou uma aproximação com a campanha de Roberto Cláudio (PDT).

Olha, certa vez me convocaram para uma reunião com o Tasso, isso eu ainda estava candidata a deputada federal. No dia não pude ir, mas, depois soube que nessa reunião estava o meu ex-marido. Qual o motivo da presença do Sarto nessa reunião? Me constranger? Se havia uma intenção do partido de apoiar o PDT creio que o caminho não seria esse. Eu confesso que até agora não entendi muitas coisas.

A Kamyla, atualmente, é secretária da Regional I de Fortaleza.

Diante do relato trazido pela senhora às redes sociais, em algum momento o abandono da candidatura foi ou é considerado?

Confesso que isso passou sim pela minha cabeça, mas a vontade de seguir com o propósito foi muito maior. A minha luta é também a de muita gente. Por onde eu ando eu recebo atenção, carinho e força de inúmeras pessoas que acreditam no meu potencial. Sigo firme por todas elas e também pelos o que ainda não me conhecem.