Por causa de ataques à imprensa, Globo muda estratégia de cobertura das eleições 2022

Uma das orientações é que os repórteres que irão cobrir os eventos de campanha de Jair Bolsonaro (PL) o façam à paisana, sem identificação da emissora.




Eleições 2022, Política

Considerando o atual nível de tensão social e os frequentes ataques que jornalistas da emissora vem sofrendo durante as entradas ao vivo em seus telejornais, a Rede Globo optou por alterar seu tradicional esquema de cobertura das eleições. Em 2022, a rede não irá escalar profissionais “carrapatos”, repórteres que acompanham os candidatos para todos os locais durante os dias de campanha. Esta será a primeira eleição presidencial em que a Globo abre mão deste tipo de ação. 

Segundo apurado, a decisão foi tomada por Ali Kamel, diretor de jornalismo da emissora carioca. As afiliadas receberam comunicado informando da decisão na última semana, e foram orientadas quanto à cobertura das eleições para os governos estaduais. A TV Globo argumentou que as afiliadas considerem as tensões políticas locais, e o clima de polarização, antes de estabelecer os caminhos finais da cobertura jornalística da corrida eleitoral nos estados. 

No caso do presidente Jair Bolsonaro (PL), os jornalistas do grupo de comunicação devem acompanhá-lo totalmente à paisana. Ou seja, com microfones sem identificação. A ação considera os recorrentes ataques que o político e seus apoiadores costumam cometer contra a rede carioca. 

Sabatina no Jornal Nacional 

Tratado como um dos pontos altos da campanha, devido à elevada exposição, as sabatinas presidenciais do Jornal Nacional  já estão sendo planejadas. A perspectiva é que elas sejam realizadas entre os dias 22 e 26 de agosto, tendo 40 minutos de duração. O atual presidente da República, Bolsonaro (PL), foi sorteado para abrir a rodada de entrevistas, em 22 de agosto. Porém, até o momento a assessoria do candidato não confirmou participação. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ser sabatinado na quinta, 25. Contudo, o postulante petista também ainda não respondeu se de fato participará. Também serão entrevistados: André Janones (Avante), na terça, 23; Ciro Gomes (PDT), na quarta, 24; e Simone Tebet (MDB), na sexta, 26. 

Os concorrentes à chefia do executivo federal são inquiridos pelos âncoras do JN, William Bonner e Renata Vasconcellos.