O Supremo Tribunal Federal iniciou nesta terça-feira (2) um julgamento considerado histórico: o do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete acusados de participação em um suposto plano para derrubar a democracia no país. A análise está sendo conduzida pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
O processo prevê sessões distribuídas ao longo de oito encontros, onde cada etapa será cumprida com detalhamento. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, abre os trabalhos com a leitura do relatório que resume o andamento do processo e as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República. Em seguida, a PGR apresenta sua sustentação, e depois cada defesa terá espaço para expor seus argumentos.
A expectativa é que, ao final das sustentações, os ministros passem à votação. Basta que três deles concordem para formar maioria e decidir se os réus serão condenados ou absolvidos. Caso haja condenação, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão, dependendo do entendimento dos ministros sobre a gravidade dos crimes atribuídos.
A denúncia apresentada pela PGR inclui acusações como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e destruição de patrimônio público. Entre os réus, além de Bolsonaro, estão militares de alta patente e ex-integrantes do governo, como Mauro Cid, Anderson Torres e Walter Braga Netto. Cada um será julgado individualmente dentro do processo.
Com forte esquema de segurança e grande mobilização da imprensa nacional e internacional, o julgamento está sendo acompanhado por milhares de pessoas. A transmissão ao vivo permite que a sociedade acompanhe cada passo do processo, que já é visto como um marco para a democracia brasileira e pode redefinir os rumos da política no país.

